Guia Global de Desenho de Ruas, elaborado pela National Association of City Transportation Officials (NACTO) – organismo que reúne 86 prefeituras e gestores de trânsito da América do Norte – define que as ruas atuam como catalisadores para a transformação urbana. Com base nessa premissa, o gerente da regional sul da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), o engenheiro civil Alexsander Maschio, explica que a rua deixou de ser simplesmente pavimento e, por isso, é necessário pensá-la como infraestrutura de alta performance.

No webinar “Infraestrutura de alta performance”, onde participou juntamente com o engenheiro civil Dejalma Frasson Jr., também da regional sul da ABCP, e a engenheira civil Glécia Vieira, da ABCP Nordeste, Alexsander Maschio mostra por que as ruas deixaram de ser apenas pavimento. “Hoje a rua não é apenas o espaço do pavimento onde trafegam os veículos. Ela passou a englobar calçadas, drenagens, mobiliário, arborização, iluminação, sinalização, conexões e ciclovias”, diz.

Em sua apresentação, o gerente da regional sul da ABCP também demonstra como a rua influencia no desenvolvimento econômico e na qualidade de vida de quem irá usufruir de sua infraestrutura. Porém, para cumprir tais funções, a via precisa ter durabilidade, baixa incidência de manutenção, reduzir o impacto ambiental e contribuir para o urbanismo sustentável. Sob essa ótica, diz o palestrante, projetos urbanísticos do século 21 só conseguem ser transformadores de ambientes urbanos se forem viabilizados com materiais cimentícios.

Além de oferecerem mais alternativas urbanísticas, os elementos à base de cimento ajudam a reduzir as ilhas de calor. Na cidade de Ribeirão Preto, a ABCP fez uma medição de temperatura em duas ruas a 100 metros de distância uma da outra. Em uma tarde ensolarada, e com medições simultâneas, a que tinha pavimento intertravado de concreto alcançou temperatura de 51 °C, às 14h30, enquanto a pavimentada com asfalto apontou 68 °C – diferença de 17 °C. “Ruas que emitem menos calor influenciam em todo o ecossistema no seu entorno”, comenta Alexsander Maschio.

Normalização e qualidade industrial dão credibilidade ao uso de materiais cimentícios

Além de minimizar o “efeito estufa”, o uso de materiais cimentícios na urbanização de ruas contribui para que as cidades combatam a impermeabilidade do solo, uma das principais razões de enchentes nos grandes centros urbanos. Por isso, o pavimento e as calçadas com elementos permeáveis entram na definição de infraestrutura de alta performance. No Brasil, essa tecnologia tem o suporte da ABNT NBR 16416 (Pavimentos permeáveis de concreto – Requisitos e procedimentos). A norma técnica define 5 tipos de elementos permeáveis para pavimentos e calçadas: o intertravado com juntas alargadas, o intertravado com áreas vazadas, o intertravado com peças permeáveis, as placas permeáveis e o concreto poroso moldado in loco.

Glécia Vieira lembra que, além de normas técnicas específicas, o pavimento intertravado produzido no Brasil tem qualidade industrial, apelo arquitetônico, resistência e facilidade de execução, haja vista que é crescente o treinamento de mão de obra para atuar em obras com essas características. Por isso, lembra a engenheira civil que representa a ABCP na região nordeste do país, as cidades têm usado com frequência a tecnologia em projetos de reurbanização. Um exemplo é Fortaleza. Há 3 anos, a capital do Ceará adotou o pavimento intertravado em algumas de suas rotas turísticas e mostra que a infraestrutura de alta performance é eficaz, desde que atenda os principais requisitos, que são: qualidade das peças, bom projeto e construção adequada.

Assista ao vídeo do webinar “Infraestrutura Viária de Alta Performance – Soluções Construtivas em Concreto”

 

Artigo publicado em: www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330